2012年11月30日金曜日

Kondankai (reunião com os pais) e suas regrinhas


 Tá aí uma palavrinha difícil de traduzir, viu? Kondankai. Geralmente, Kondankai é o tipo de reunião feita nas escolas onde o professor determina um horário para conversar com os pais sobre o andamento do filho na escola. Essas reuniões são particulares. Só entre os pais e responsáveis e, em alguns casos, ccom a participação de algum outro profissional envolvido na educação do aluno, como pedagogas, professora da classe para crianças especiais ou professora da classe para crianças estrangeiras.
  Não sei se temos algo parecido no Brasil, mas se alguém souber, por favor, me conta!
  Bem, o Kondankai dura cerca de 15 minutos e, geralmente, por regra, o professor tece muitos elogios aos aluno e, dificilmente fala algo ruim em relação a ele. Coisa, que aliás, eu não suporto, diga-se de passagem.
  Mas, o que eu quero falar hoje aqui não é do kondankai em si, mas, sim, de algo relacionado a este tema e que me chamou muita atenção.
  Nas escolas onde há muitas crianças estrangeiras, eles disponibilizam de tradutoras e intérpretes para ajudar nas reuniões e traduzir os vários avisos da escola, que não são poucos. Num desses avisos sobre o Kondankai, havia três itens os quais me fizeram pensar em como a escola controla não só os alunos, mas até mesmo os pais. Este tipo de sistema educacional em japonês é chamado de Kanri Kyouiku (Pedagogia do Controle) e nós vamos abordar este assunto melhor, nos próximos posts.
  Mas, vamos ver quais foram os itens que chamaram minha atenção. Não sei como os outros pais brasileiros e peruanos reagem em relação a estas regras, mas, eu, pelo menos, achei bem estranho, apesar de trabalhar dentro do sistema.
 
1.    Nosso estacionamento é muito pequeno. Por isso, pedimos que os pais não venham de carro.
2.    Cada um deve trazer seu próprio chinelo. (como vocês devem saber, aqui no Japão se tira os sapatos para entrar em casa e determinados locais. Na escola, também, se deve tirar o sapato e calçar um chinelo.
3.    Como está muito frio, no momento da reunião podem permanecer com seus casacos. (Para quem não sabe, aqui no Japão se deve tirar o casaco ou sobretudo quando se entra num recinto. Geralmente, porque têm aquecedor, mas...detalhe: Na maioria das escolas, nas salas de aula onde a reunião acontece, NÃO há aquecedores. Ou seja: É um frio de lascar!!!

 

Enfim, esta é a escola japonesa. Regras, regras e mais regras. Para pais e filhos.


Este é o sistema educacional japonês



“Há escolas que são gaiolas.
Há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados não são pássaros sob controle.
Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser.
Pássaros engaiolados sempre têm um dono.
Deixaram de ser pássaro.
Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados.
O que eles amam são os pássaros em vôo.
Existem para dar aos pássaros coragem para voar.
Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros.
O vôo não pode ser ensinado.
Só pode ser encorajado.”

                                                                 Rubem Alves

    

2012年11月29日木曜日

Isso pode ser chamado de educação???

Vídeo no youtube que mostra como a rivalidade e o ódio é implantado nas crianças desde a mais tenra idade. No caso, o país aqui é a Coréia do Sul.
http://www.youtube.com/watch?v=BZHy2NDU9R8&feature=related(áudio em japonês e legendas em inglês)

Para refletirmos um pouco sobre o sistema educacional no mundo todo

Interessantíssimo vídeo do estudioso britânico Ken Robinson que nos faz refletir um pouco sobre o papel educação e o que realmente seria a verdadeira educação.Com legendas em português.Vale a pena assistir!

2012年11月27日火曜日

Mais um aluno é encontrado morto dentro da escola


  Esse triste acontecimento se deu na província de Mie, na cidade de Yokkaichi, e a escola em questão é Yokkaichi Kougyou Koukou.
Ontem, dia 26, um estudante do primeiro ano do ensino médio desta escola foi encontrado caído no pátio central. Assim que o encontraram, logo chamaram a ambulância e o levaram para o hospital, mas duas horas depois, ele veio a felecer.
A escola,claro, quer tirar o dela da reta e disse que ele só pode ter caído do 4º andar.A polícia de Yokkaichi está investigandoa causa da morte.
  Segundo a escola, por volta de 10:30 da manhã de ontem, um dos funcionários ouviu um estrondo, como se alguma coisa tivesse caído e foi até lá fora ver o que tinha acontecido. Nessa hora, ela viu o aluno caído no pátio central. Então, perceberam que a janela do corredor próxima à da sala de aula dele, no 4º andar, estava aberta. Naquela hora, eles estavam tendo aulas no laboratório e não havia ninguém na sala. Neste dia, ele havia chegado atrasado e não encontraram nenhuma carta ou anotação que pudesse servir como uma pista.
  Segundo relatos, o aluno frequentou normalmente as aulas e atividades do Bukatsu até o dia 24 deste mês. O diretor da escola comentou que ele era um menino muito alegre e simpático e que não aparentava sofrer nenhum problema de bullying ou outra coisa semelhante. A escola vai ouvir o depoimento de vários alunos para poder investigar melhor o caso.
  Olha, se não estivéssemos no Japão,eu poderia até acreditar que foi um acidente e o menino caiu ou foi empurrado da janela. Mas, acho esta hipótese praticamente impossível. E, como sempre, as escolas tentam tirar o corpo fora e colocar a culpa no aluno, dizendo que ele deve ter se descuidado e caído lá de cima. Mas...porque ele iria subir na janela do 4º andar enquanto toda a sua turma estava em aula? Estranho, não? Só não ver quem não quer.Fico apenas imaginando o choque a dor da família do menino. Imagine só você ver seu filho indo para escola e de repente receber um telefonema dizendo que ele está morto?
 A dor que se sente deve ser devastadora. Aqui deixamos os nossos sentimentos para a família da vítima.
  Se vocês quiserem ler a notícia na íntegra, aqui está o link:



人権週間 - A Semana dos Direitos Humanos no Japao


Onde trabalho, todos os funcionários da Secretaria de Educação têm acesso a um sistema online, uma espécie de fórum, onde são postados os avisos de eventos do mês, comentários, calendário, etc. Lá tambem se tem acesso ao quadro de funcionários e dá para saber quem está trabalhando no dia, quem está de folga, quem tem alguma reunião fora, etc. Ou seja: Privacidade zero, mas super normal aqui no Japao.
  E, semana passada, um dos posts era sobre o famoso Jinken Shuukan (人権週間Semana dos Direitos Humanos), que sempre acontece em novembro. Antes de eu entrar no assunto principal, quero explicar um pouco o que é e o que se faz nessa semana de direitos humanos. Durante uma semana, a escola (ginasial) convida vários palestrantes representando as minorias aqui do Japão ou pessoas cujos direitos humanos foram violentados.

Geralmente, o carro-chefe são pessoas com necessidades especiais e estrangeiros. Eu mesma, já fui várias vezes falar para a garotada sobre como é ser estrangeiro aqui no Japão e sobre a discriminação contra estrangeiros.      Graças a Deus, todas as vezes eu fiquei muito satisfeita com o resultado. Uma vez, contei sobre os japoneses sempre evitarem sentar do meu lado no trem e que, apesar de ficar triste com isso, eu entendia o porquê de eles não sentarem. O problema não está no estrangeiro em si, mas neles mesmos. Sim, porque eles tem baixa-estima e não são um povo comunicativo. Além disso, eles morrem de medo (sim, medo mesmo!) de falar outro idioma e do que as pessoas à sua volta vão pensar dele se o virem falando outra língua. E, por último, eles acham que todo estrangeiro NÃO entende japonês. Afinal, na cabecinha deles, nihongo só é falado do Japão! Como alguem com uma cara não-oriental vai falar japonês?
Então, soma tudo isso e imagina o pânico dentro da cabeça do japa!!! Deu para imaginar?
E, neste dia, depois que terminou a palestra duas meninas vieram falar comigo pessoalmente, algo que me deixou muuuito feliz. Elas disseram que muitas vezes já tinham feito isso, mas que só pensaram nelas e, nunca no que o estrangeiro poderia sentir, se isso magoaria ele ou não.

Mas, o que eu quero abordar aqui hoje não é a questão da discriminação, pois isto já está sendo tratado no meu outro blog, o Tabibito (tabibitosoul.wordpress.com). Mas, sim, uma mensagem que li lá no fórum da secretaria de educação da minha cidade, a qual foi publicada por um dos diretores das escolas que visito. Vejam o que ele escreveu:
  Ultimamente, tenho percebido o quão ruim é o linguajar de certos alunos e também professores dentro da escola. Alguns professores fazem questão de criticar os defeitos do aluno na frente de todos. Algumas vezes, também, os chamam por algum apelido o qual o aluno não gosta e não quer ser chamado. Gostaria muito que refreiassem este tipo de comportamento que tantos danos à personalidade do aluno.
Se eu já admirava este diretor antes, imagine agora!!!E ele tem toda razão!!Ele ainda usou uma forma muito educada e suave para tratar de um assunto tão sério e o qual tem feito feito vários estudantes tirarem a própria vida! Mais uma coisa para se pensar e muito, nesta semana dos direitos humanos.
Um abraco e ate a proxima!


2012年11月26日月曜日

Tempo de estudo nas escolas japonesas


Creio que o Japão (e mais recentemente a Coréia) são conhecidos no mundo todo pelo tempo que seus alunos passam estudando. Bem, eu diria: tempo que eles passam dentro da escola, porque nem sempre eles estão estudando. Aliás, creio que quando um brasileiro ouve dizer que uma criança fica na escola de 08:30 às 16:00, ele automaticamente associa isso ao tempo de estudo, pensando que a criança passa o dia todo atrás dos livros didáticos, estudando matemática, japonês, ciências e todas aquelas matérias que já conhecemos. Porém, qual não seria o seu espanto se você visse que os alunos japoneses (não sei dizer os coreanos) não passam o dia todo com livros didáticos.     
  O que acontece é que eles têm muitas atividades que, aqui são consideradas estudo ou parte dele e, as quais, de repente, no Brasil, não seriam consideradas estudo. Uma matéria que os alunos japoneses têm é a caligrafia. (shousha), onde aprendem técnicas de shodou (caligrafia tradicional japonesa), que aliás, é uma belíssima arte aqui no Japão, China, Coréia e outros países onde os ideogramas chineses ainda são utilizados.
   
  Eles também têm outras atividades, como estudos gerais (sougou gakushuu), onde o tema é livre e eles podem estudar o que quiserem, a matéria que mais gostam. Aliás, esta matéria foi inserida no currículo das escolas japonesas há menos de 10 anos, se não me engano. Mas, até agora ninguém entendeu para o que que serve.
Outro dia fui numa aula desse tal sougou gakushuu e fiquei pasma por 3 motivos:
  1 – Crianças de 8 anos estudando sozinhas, sem ninguem ficar no pé.
  2- Outras crianças, da mesma classe, não fazendo absolutamente nada sem ser bagunça e ainda atrapalhando os colegas.
   3- E a atitude passiva do professor, que não os repreendia em absolutamente nada.
  Inconformada, ainda perguntei pra uma aluna: -“Ei, você não deveria estar estudando agora?”
  Adivinha o que ela disse? – “Sim, mas não tô. Não tô a fim”.
  Como eu não sou a professora da turma e só vou lá de visita, não há nada que eu possa fazer, a não ser ficar pasma.
   Além de estas e outras atividades, os alunos têm uma série de eventos durante o ano e, muitas vezes, os horários de aula acabam virando horário de ensaio. Recentemente tivemos um festival na cidade e, como os alunos iam participar o desfile, além da banda da escola, eles passaram muitas horas ensaiando. Eu chegava lá para dar aula e, cadê meus alunos? Ensaiando no pátio a escola.
 
   Outra atividade que toma muito tempo deles e o Undoukai (gincana esportiva) e, no ginásio, o Taiikusai (Torneio Esportivo), além de festivais culturais, como Bunkasai e outros. Ou seja, eles não ficam só sentados estudando e escrevendo. Eles tem muitas atividades, as quais, muitas, considero extremamente desnecessárias. Mas, eles fazem isso há séculos e, mesmo vendo que hoje o mundo mudou e precisamos de outro tipo de alunos, eles continuam insistindo no seu método antiquado.
 Até meados da década de 90, os alunos japoneses também tinham aulas aos sábados. Hoje, isso não existe mais, o que ainda gera muita discussão. Na verdade, foi uma medida do governo não só para tirar um pouco a carga dos alunos, mas principalmente, para que eles passassem mais tempo com os pais em casa. Mas, quem disse que adiantou alguma coisa??? O que os pais fizeram?? Mandaram as crianças para cursinhos estilo juku (curso de reforço) e outras atividades, como piano, natação, inglês, artes marciais, etc.
  
  Já os estudantes do ginásio, mal tem os fins de semana livres, pois estão sempre envolvidos em atividades do Bukatsu (atividades extra-classe). Se participam de algum Bukatsu esportivo, então! Por isso é muito comum você sair para passear nos fins de semana, pegar um trem e ver o trem lotado de estudantes com seus tacos de beisebol, armas de kendou, raquetes de tênis, etc. E, eles passam o dia todo fora. São muitos os torneios e campeonatos municipais e regionais.

   Agora, pegando um pouco mais pesado, outro dia li uma tese de um japonês (pasmem!), que criticava muito o sistema escolar aqui, dizendo que tudo que acontecia nas escolas já era uma preparação para quando eles crescessem e fosse trabalhar em fábricas e empresas. Essa coisa de se incentivar o tal do gaman, (aguentar tudo sem reclamar) por exemplo, na opinião dele, seria apenas uma espécie de lavagem cerebral, onde os alunos aprenderiam desde cedo que deveriam obedecer apenasm aguentar tudo sem jamais reclamar nada. Assim, quando chegassem na fase adulta e tivessem que entrar nas empresas, seria fácil colocá-los para fazer longas jornadas de trabalho, como de 08:00 às 22:00 e, fazer com que vivessem pela empresa ou fábrica.
   Para ser sincera, eu já tinha percebido isso há muito tempo. Porém, como sou estrangeira e ocidental, eu penso de forma diferente dos japoneses em muitos assuntos. E, quando você estuda para ser professor, você tem uma abordagem da Educação completamenre diferente da que eles têm aqui. Então, muitas vezes achei que fosse “coisa da minha cabeça ocidentalizada”. Mas, após ler os artigos escritos por aquele japonês, eu tive certeza que estava na linha correta de pensamento. Ocidental ou não. Porém, lógico e realista.
  E você? O que pensa a respeito? O que acha dessas atividades nos fins de semana? Acha que são boas para as crianças ou as fazem cada vez mais ficar distantes dos pais?
Acha que o sistema japonês ajuda ou atrapalha na formação do caráter da criança? Deixe seu comentário aqui para podermos saber sua opinião a respeito. 
Um abraço e até a próxima.
 

2012年11月23日金曜日

Os pais mais severos do mundo!!!

Quando falamos de educação, associamos logo esta palavra à imagem dos pais. E, não adianta: a escola pode ajudar e muito, mas quem desempenha o papel de maior influência nas crianças e jovens são os pais. Por isso, educaçãio básica deve vir, primeiro, de casa. Aí, sim, pode-se esperar que a escola faça algo. Aqui no Japão é muito comum largar tudo nas costas da escola. Depois, não adianta se queixar do seu filho! E, recentemente, descobri um programa muito interessante enquanto navegava pelo youtube. O nome do programa é World`s Strictest Parents (Os pais mais severos do mundo), cujo nome em português é Adolescentes Rebeldes e em tem sido exibido pelo Health Channel. 

Para quem não conhece, o programa é uma espécie de Troca de Famílias, só que o alvo deles é pegar os piores tipos de adolescentes britânicos, em sua maioria, e colocá-los para conviver com as famílias mais severas ao redor do mundo. O primeiro episódio que vi foi sobre os adolescentes que foram viver com uma família de Cingapura. Muito interessante!

Outro interessantíssimo é sobre os que foram viver com uma família indiana. Imagina só um adolescente que não conhece limites eaté xinga os pais indo viver dentro de ma família indiana, onde os pais são considerados semi-deuses e se deve obedecer tudo que eles falam??

 Na verdade, ao ver estes vídeos dá pena dos adolescentes e vontade de esganar os pais!!
Infelizmente, não encontrei o vídeo similar a estes só que com legendas em português ou espanhol. Então, os vídeos apresentados aqui estão com áudio original, em língua inglesa.
  Espero que gostem!Um abraço e até a próxima!

2012年11月20日火曜日

Os vários cumprimentos e rituais dentro da escola


  
  Quando chegam na escola, geralmente os alunos tem um momento de leitura (dokusho jikan 読書時間) na biblioteca ou em sala. Depois disso, eles fazem a forma e os cumprimentos matinais (chourei朝礼) . Esses cumprimentos matinais são sempre feitos pelo encarregado da classe do dia , o chamado nicchoku-san(日直さん). O nicchoku-san seria a versão do ajudante da professora aí no Brasil. É ele quem faz a chamada, inicia e termina os cumprimentos matinais e também na hora de ir embora. Cada dia um aluno diferente executa esta função. Algumas vezes essa forma é feita na quadra da escola, quando o diretor tem algum comentário a fazer ou algum aviso geral.

 
  Aqui as aulas começam com o mantra:
 - Kiritsu! Korekara 1jikan me no jugyou ga hajimarimasu. Rei!Onegai shimasu!
 (起立!これから1時間目の授業が始まります。礼!お願いします!
  Primeiro, o nicchoku entoa este mantra e na hora do onegai shimasu, todos os alunos falam em uníssono. Para quem não está acostumado, parece que estamos num quartel. Muitas vezes eu me pergunto se não estou. Ainda mais quando eles tocam algumas canções cujo estilo é exatamente igual aquelas que eram entoadas na guerra. Hoje, o mesmo tipo de canção é cantada nas escolas da Coréia do Norte! Assustador, não? Em breve falarei da Coréia do Norte e suas escolas modelo aqui no blog. Aguardem!
  Outra coisa que me lembrei agora é que todos os alunos devem esperar pelo professor sentados (mas claro que muitos fazem bagunça enquanto isso, o que é super normal, na minha opinião) e, quando ele chega, todos devem levantam de suas cadeiras para iniciar os cumprimentos. Aqui no Japão, uma coisa que assusta e ao mesmo tempo fascina os ocidentais é o fato de se ter um ritual para praticamente tudo. Nada que diga respeito à religião, mas para eles, essa coisa ritualística é necessária para quase tudo. Por exemplo: Para iniciar a aula, eles precisam entoar aquelas frases todas, antes de comer e depois de comer, eles precisam falar o itadakimasu e gochisousama deshita, e por aí vai.
  
  Vou contar um “causo” para vocês. Certa vez me chamaram para dar uma palestra em uma escola ginasial, para que eu falasse sobre as diferenças entre as escolas do Brasil e do Japão. Aí, no final da palestra, uma aluna perguntou:
  - Lá no Brasil tem também que falar os cumprimentos antes da aula começar?
   Eu respondi:
  - Não, ninguém fala nada antes da aula começar.
  Aí, vem um uníssomo heeeeee!!!, que é o que eles falam quando se espantam com alguma coisa.
    Não satisfeita, outra aluna perguntou:
   - Mas, então, como os alunos sabem que a aula vai começar?
   Aí, eu disse: - Porque o professor simplesmente entra na sala ou porque já está no horário. Aí, ele simplesmente começa a falar, manda abrir o livro na página tal e ..só!
   Mais uma série de heeeee! e pergunta respondida.
   Vamos ver este vídeo onde as crianças fazem os cumprimentos matinais.
 
   Aqui tem outro, de alunos do jardim de infância fazendo os cumprimentos matinais e cantando o hino nacional japonês. Vejam o mini exército!
 *Os cumprimentos matinais também são realizados em empresas, fábricas e órgãos do governo.Se quiser saber mais sobre como são estes cumprimentos matinais, acesse o blog http://tabibitosoul.wordpress.com onde tem um post especial sobre esse assunto.

                      Um abraço e até a próxima!


De casa para a escola. Da escola para casa.



  Como deve ser de conhecimento geral, os estudantes japoneses do primário vão à escola em grupos. Estes grupos se chamam tsuugaku dan (通学団) e são divididos por ruas e regiões onde moram os alunos. No grupo, tem um líder, chamado hanchou (班長), que geralmente é um aluno mais velho, da 5ª ou 6ª série e que vai guiando e tomando conta das crianças menores desde o lugar marcado para se encontrarem de manhã até a volta para casa. Desde pequeno, já se ensina essa coisa de que o mais velho deve cuidar do mais novo e o mais novo deve obedecer o mais velho. E, isso vai acompanhá-los pela vida toda.
   Além dos senpais (veteranos), há outras pessoas do bairro que ajudam também a observar e tomar conta para que as crianças cheguem em segurança até a escola. Geralmente, quem ajuda são os velhinhos da região, sempre como voluntários ou os membros do PTA (Associação de Pais e Mestres).
  No ginásio, os alunos vão sozinhos ou com colegas da turma, mas, muitas vezes a escola fica distante e, eles são instruídos a ir de bicicleta. Aliás, o modelo e tipo de bicicleta também é estipulado pela escola. 
   
  Os alunos são proibidos de parar em lojas e shoppings durante o trajeto de casa para a escola e vice-versa. No ginásio a regra é a mesma e ainda mais rígida! Quando os alunos são flagrados parados muito tempo perto de alguma loja, geralmente lojas de conveniência, alguém da vizinhança já liga para a escola e o professor é obrigado a ir lá dar uma bronca na molecada. Já vi alguns casos em que a polícia entrou na estória, porque tinha um grupo de alunos, com uniforme da escola, matando aula na frente de uma loja de conveniências. Estudante de uniforme perambulando pelas ruas em horário de aula é caso de polícia!!!Imagina aí no Brasil, gente?? O Bope indo pegar os alunos que matam aula por aí. No Brasil seria motivo de piada, mas aqui, não. Imaginem a cena...
  

     Vamos ver o vídeo para saber como as crianças vão para a escola.

Um abraço e até a próxima!!!
   
 

2012年11月16日金曜日


 O material dos alunos e os livros didáticos


  O material didático é oferecido pela escola. E esses livros textos são gratuitos. Quando você se depara com um desses livros, você até fica surpreso, por causa do tamanho deles. Geralmente são finos e não grossos, como os que estamos acostumados no Brasil. Além disso, há os livros de exercícios e outros complementares, como atlas, etc. Estes livros complementares e caderno de exercícios não são oferecidos pela escola. Então, fica sob a responsabilidade dos pais.

Além disso, as crianças são intruídas a levar pouco material. Sabe aqueles lápis lindinhos com a Hello Kitty, One Piece e outros?? Bem, melhor não encher o estojo deles com essas coisas. Os professores preferem que os alunos usem lápis simples e, de preferência, devem ter somente de 2 a 3 lápis no estojo. Além disso, uma borracha, um lápis de cor vermelha (para corrigirem os exercícios) ou sublinharem algo importante e régua. Com o passar dos anos, outros materiais são pedidos, como compasso, esquadro e outros. Esses materias extras também devem ser arcados pelos pais.
   Como os alunos terão aulas de música desde o 1ª ano, a escola indicará aos pais quais intrumentos devem ser comprados. Mas, nunca é nada muito caro. E, caso o aluno já tenha algum desses instrumentos em casa que fora utilizado por um irmão ou parente, poderá usá-lo também.

   A escola instrui os pais a não permitirem que seus filhos levem nada além do estrictamente necessário para as aulas. Levar comida, lanche, sanduíche, doces e guloseimas está fora de cogitação. Levar jogos, brinquedos, revistas, dinheiro e outros para o colégio também é proibido.
   As crianças costumam levar todos os dias uma garrafa térmica para a escola chamada Suitou (水筒). Nessa garrafas, as únicas bebidas permitidas são água e chá.

   

   Vou contar um caso engraçado para vocês. Uma amiga filipina, que hoje trabalha comigo e criou seus filhos aqui no Japão, disse que não sabia nada sobre só poder levar água e chá. Aí, um dia, sentiram aquele cheiro de chocolate quando o menino abriu a garrafa na sala. Todos perceberam que se tratava de achocolatado. E, a professora, gentilmente, entrou em contato com a mãe e explicou que esse tipo de bebida não era permitido na escola. Então, minhaa amiga pediu desculpas e passou a mandar só água ou chá.

  Além destes itens, esqueci de falar dos kits que são utilizados no primário: kits de pintura e matemática. Esse kit de matemática é excelente e ajuda muito a criança a entender a lógica dos cálculos. Muito bom mesmo. É como se a criança aprendesse brincando. Além disso, tem o kit de pintura para as aulas de artes. Esses kits geralmente ficam na escola, na sala do aluno.

Um abraço e até a próxima!!
   
  


A vestimenta


  Na escola primária as crianças são livres para vestir o que quiserem, desde que mantenham a discrição e a decência. Também são proibidos acessórios como pulseiras, brincos, relógios e outros. Esmalte na unha e maquilagem...nem pensar!
   Eles não tem uniforme, mas tem 3 coisas que os identificam como estudantes: o crachá da escola, o boné geralmente amarelo e a tradicional mochila padronizada, que,aliás, custa uma nota! Quase 1000 reais!! Mas, em compensação, vai acompanhar o aluno por 6 anos direto!
   Quando entram para o ginásio, eles começam a usar o uniforme com o emblema da escola, além de terem que seguir dezenas de regras de comportamento e vestimenta. Além disso, estes uniformes são dividos em uniformes de verão e inverno. O mesmo vale para o uniforme de educação física.



Quando entram na escola, os estudantes devem trocar seus tênis e sapatos para as tradicionais sapatilhas escolares. Tem tambvém as sapatilhas para usar somente na quadra da escola, os chamados Taiikukan shoesAlém disso, os alunos também tem o uniforme de ed. física. No primário, quando chega o verão as crianças tem aula de natação e aí, elas tem que usar a roupa de banho indicada pela escola.



  

2012年11月14日水曜日

Entendendo como funciona uma escola japonesa - parte 1


Entendendo como funciona uma escola japonesa



Como vocês devem saber, a escola japonesa é divida em Ensino Fundamental (小学校), Ensino Ginasial(中学校)e Ensino Médio (高校), sendo que este último não é considerado parte da Educação obrigatória (義務教育) no país. Mas aí, entra outro problema: Um aluno que só completou somente o ensino obrigatório dificilmente terá chances de arranjar um bom emprego. Sem contar que as empresas pedem, no mínimo, o segundo grau. Mas, isso aí é assunto para um outro post.
 Hoje, quero apresentar primeiro, como funciona uma escola japonesa: suas regras, seu currículo, etc. Vamos lá,então!

   O horário
  

   As aulas começam por volta de 08:15 e vão até umas 16:00. Mas, este horário pode variar. Da 1ª a 3ª série os aluno saem por volta de 14:30  escola. A partir da 4ª série, eles entram no que chamado classes avançadas, então, o horário de saíde gralmente é depois de 15:00. E, quando têm atividades extra-curriculares como bukatsu e kurabu (depois explico sobre isso), elas podem ficar na escola até 17:00 e por aí vai.
 Ou seja: as crianças passam mesmo muito tempo dentro das escolas.
 No ginásio, elas são quase que obrigadas a frequentar o Bukatsu (部活)que são as atividades esportivas (em sua maioria) e extra curriculares (informática, música, trabalhos manuais, etc). Os que praticam o bukatsu (部活) de atividades esportivas são os que ficam mais tempo na escola, pois eles participam de torneios e competições e os treinos são extremamente rigorosos.

  Durante as aulas, os alunos são proibidos de deixar os seus assentos e ir ao banheiro. A não ser, claro, em caso de necessidade extrema. Mas, entre uma aula e outra tem um intervalo de 10 mins e é o suficiente para que eles possam ir ao banheiro e beber água.
   As aulas geralmente têm duração de 50 minutos, porém, alguns dias, eles tem o chamado 40 pun nikka (40分日課), que são as aulas de curta duração, com apenas 40 minutos.
    As aulas vão de segunda a sexta, mas isso aí é algo relativamente novo. Antigamente, as crianças estudavam também aos sábados. Hoje, não Mas, às vezes, algumas atividades e eventos são marcados para o sábado e aí, o aluno necessita comparecer.

  Os alunos que fazem o Bukatsu de atividades esportivas, já não podem se dar a esse luxo, pois os treinos para os torneios também acontecem nos fins de semana e, os torneio, também, em sua maioria, são realizados nos fins de semana.


No próximo post, vou falar da vestimentas dos alunos. Um abraço e até a próxima!
  

Blog Educando no Japão está de volta!!!




   Depois de meses de silêncio, eis que o blog Educando no Japão volta à ativa! Se você é da área de Educação e tem curiosidade para saber como funciona o sistema educacional japonês, este é o seu lugar! Aguardem os próximos posts!