2013年3月11日月曜日

Boletim escolar – Pais brasileiros e pais japoneses



  Resolvi escrever este post depois de uma conversa que tive ontem, com um professor japonês. Conversávamos sobre os boletins e eu disse que não suportava traduzir aquelas frases, porque além de serem muito vagas, não avaliavam em nada o aluno. Os pais iriam ler aquilo ali e iam ficar na mesma. Ou, na pior das hipóteses, ia se iludir, achando que o filho está indo bem nos estudos.
 O professor, então, me explicou, que na verdade, na época dele não era assim. Ele já tem quase 70 anos. Disse que naquela época e até um pouco depois, os boletins eram como no Brasil, onde a avaliação era dada através de notas. Porém, isso acabou causando muita competição entre as mães e também entre os alunos. Além do famoso ijime, é claro. E, falaram que isso também afetava a auto-estima da criança, já que ela se sentiria inferior àqueles que tiraram notas maiores que a dela.

Então, decidiram reformular os boletins e, hoje, eles não escrevem nada muito concreto. Só coisas do tipo: "Fulaninho empenhou-se bastante na nas aulas de matemática". "Fulaninho já consegue ler os kanjis da 2 série" (sendo que o aluno está na 4ª), "fulaninho presta atenção na aula e ajuda bastante na limpeza da escola."




Por mais que saibamos que na escola japonesa não só o desempenho nos estudos é avaliado, mas também a participação em grupo e as demais atividades, quando você pega um boletim japonês, você realmente fica sem saber o que achar de cada criança. Como eu já conheço a maioria da criançada, eu já sei quem tem dificuldade e no quê tem dificuldade. Mas, geralmente os pais não sabem. E, ainda tem um agravante: Os pais estrangeiros costumam ver seus filhos falando em japonês como se fosse nativos, se sentem orgulhosos e acham que eles estão indo muito bem na escola. E, não sabem que falar, até um papagaio consegue, mas ler., escrever e entender um conteúdo já é outro departamento.
  
 Já ouvi diversas reclamações de pais estrangeiros indignados, porque seus filhos nunca repetiram de ano ou nunca foi comentado nada a respeito deles e, na hora de prestar o exame de admissão para uma escola pública de Ensino Médio, eles simplesmente não passaram.
  
 Perguntei ao professor se esta indignação não acontce também com os pais japoneses. Ou se eles não ficavam e dúvida ao ler aquele tipo de boletim E, sabem o que ele me respondeu?
  - "Não, porque eles não esperam o boletim. É só mais um papel para eles e não pe nada demais. Muitos nem lêem! E, eles também não esperam tanto assim da escola. Por isso, depois da escola, eles mandam os filhos para os jukus (cursinhos de reforço). E, lá nos jukus sim, eles querem saber que nota o filho tirou, se gabaritou os testes ou não."

  Lembrei e contei para o professor de quando eu estudava e meu boletim vinha com o que minha mãe chamava de hemorragia. Aquelas notas vermelhas em química, física.Mas o dia que eu tinha que mostrar o boletim, até me prontificava a lavar a louça ou fazer algo para agradar minha mãe, porque sabia que mais tarde o bicho ia pegar!Mas, nem precisava fingir muito. Quando eu começava com muita bondade e me mostrando serviçal, ela já soltava: - Pára de enrolar e me mostra logo o teu boletim!


  Aí, sim, a cobra fumava!
  Claro que há pais e pais, mas depois de ouvir isso, concluí que o que os pais japoneses esperam da escola é mais a educação e treino pra as crianças serem disciplinadas, obedientes e se encaixarem na sociedade japonesa, futuramente.
 Já os pais brasileiros esperam que a escola e o professor faça aquilo que eles não podem fazer em casa: ensinar as matérias. E, educar, eles mesmos o fazem em casa.
  Interessante, não?
  

2013年3月9日土曜日

Escolas na Ásia


  Olá, amigos!

  Assim como o meu outro blog fala sobre a Ásia, num geral, vou começar a abordar aqui a educação não só no Japão, mas também em outros países do continente.

   Aqui no Japão a merenda escolar é oferecida em todas as escolas da rede pública. Hoje, quero mostrar para vocês um documentário feito sobre a merenda escolar em Karnataka, um dos estados da Índia. Dá gosto de ver a alegria das crianças ao comer a merenda.


Um abraço e até a próxima!

 

Violência doméstica e escolar




    Sei que ando meio sumida e tenho me dedicado muito mais ao meu outro blog. Acho que é justamente porque desde que voltei de férias, em janeiro, tenho me deparado com alguns casos de arrepiar e, isto tem tirado um pouco a minha vontade de escrever. Mas, resolvi abordar um desses temas cabeludos.

Esse tema é um pouco pesado, mas desde que o ano de 2013 começou, não só ele veio à tona devido aos escândalos envolvendo alguns professores japoneses, como eu mesma tive que atender um caso de violência doméstica, de uma aluna de 8 anos de idade.
Apesar de eu ter vindo de uma geração que apanhava de cinta dos pais, eu não acho que bater seja a melhor maneira de fazer uma criança aprender. Acho uma ótima maneira de deixá-la com medo. E, essa prática, é muito usada na educação japonesa, cujo assunto já foi abordado aqui em posts anteriores.


 Porém, recentemente, parece que alguém acordou e decidiu colocar a boca no trombone. Além do caso do aluno que foi parar no hospital por causa da violência do professor, ontem também passou na tv um outro caso, de um aluno que vai ficar duas semanas internado devido aos ferimentos causados por seu inestimável mestre.
 É fácil controlar centenas de adolescentes?Não, não é, com certeza. Porém, creio que bater e humilhá-los, como é comum, sobretudo nas escolas ginasiais e de ensino médio japonesas, não seja a melhor forma.

Quando o caso do professor que batia no aluno apareceu nos meios de comunicação, logo depois, outro caso surgiu, também: o do treinador do time olímpico de judô, que batia em suas atletas. Porém, o que mais me assustou foi ver que realmente muitas pessoas aqui ainda acham esta prática não só comum, mas também, benéfica para os alunos.
Na tv japonesa eles têm abordado este assunto exaustivamnete e entrevistado diversas pessoas na rua.

Muitos dos japoneses entrevistados, tanto homens quando mulheres, de todas as idades, responderam que desde achavam necessário este tipo de “educacao” para que os alunos ficassem mais animados e apresentassem melhores resultados.
Até mesmo alunos jovens, de 17, 18 anos responderam que já tinham sofrido este tipo de violência por parte do professor, mas que se sentiam extremamente gratos, porque ele os preparou para a vida.
Na verdade, quem deveria fazer esse papel não é o professor, mas sim os pais. Só que estes papéis andam meio invertidos na sociedade japonesa. A maioria dos pais acha que a escola deve educar e preparar o filho para viver na sociedade, quando na verdade, deveria ser uma parceria, já que os dois tem papéis importantíssimos no desenvolvimento do caráter e da psiqué da criança. O mais engraçado é ver os pais brasileiros agindo da mesma forma, como se fosse os japoneses, achando que nós, na escola devemos saber de tudo que se passa com a criança e fôssemos seus empregados. Já ligaram para a minha casa perguntando se eu sabia onde estava o tênis do filho!!!Têm noção da coisa?


 Mas, não fugindo do assunto, é justamente por causa da inversão de papéis que os professores acabam ficando sobrecarregados, estressados e acabam, muitas vezes, apelando para a violência. Não estou defendendo os professores, mas nestes anos todos aqui eu sei que a maioria deles sofre vários problemas relacionados ao stress, estafa, síndrome do pânico, depressão, surtos psicóticos, etc. Um dos professores entrevistado confessou que não sabia como agir em determinadas situações e acabou enfiando a mão mesmo no aluno.
 Alguns pais, como já conversaram comigo, até autorizam o professor a bater no próprio fiho. Aí, já vai da mentalidade de cada um. Mas, muitos pais japoneses não têm essa mentalidade. Sem contar que este tipo de educação é a PEDAGOGIA DO MEDO, usada por quem não sabe ou não quer dialogar. Geralmente quem usa este tipo de pegagogia não os professores que se acham muito importantes e têm o rei na barriga. São incapazes de olhar o aluno como um ser humano que precisa da mesma coisa que ele: amor, compaixão, compreensão, carinho, conselhos. 

  Isso tudo, porque o objetivo da educação formal aqui no Japão não é educar e descobrir novos talentos. É apenas criar seres obedientes e que aguentam firme os xingamentos, torturas e humilhações. Eles precisam deste tipo de funcionário no futuro. Aquele que vai ficar na fábrica ou empresa mais de 15 horas por dia porque o chefe mandou e ele não pode questionar e nem dizer que a esposa e os filhos estão lá esperando em casa para jantar. Ele não só não pode questionar, como tambpem nunca aprendeu como fazer isso. Fruto da pedadogia do medo e da repressão que o país impõe e insiste em defender com unhas e dentes, não percebendo que os tempos são outros e que este é um modelo falhido. E assim, se forma, a nova geração dos kamikazes. Aqueles que se matam, não instantaneamente, mas aos poucos, se sacrificando pelos interesses e pela ganância capitalista de sua própria nação.

Um abraço e até a próxima!


2013年1月28日月曜日

Mais uma vergonha nas escolas...


    Olá, amigos do Educando no Japão!!!Depois de quase 1 mês de férias, estou de volta ao meu trabalho e também às atividades do blog. E, hoje, após tomar conhecimento de mais um caso de violência nas escolas, eu resolvi escrever um post sobre isso.

    A Lei de Educação Japonesa, o castigo que demanda violência física é proibido desde a década de 70, se não me engano.

     Porém, esta é uma das leis que apenas existem no papel, pois a prática do castigo físico, cujo nome em japonês é Taibatsu, ainda é largamente praticada no país.

     Hoje mesmo, o noticiário japonês tratou de mais um caso que, para variar, aconteceu na província de Aichi, na cidade de Toyokawa.

   O caso, desta vez, se deu em uma escola do ensino médio, a Toyokawa Kougyou Koukou, mais de um aluno sofreu este tipo de violência por parte do professor. No Japão, para quem não sabe, é muito comum o aluno ter atividades extra-curriculares após as aulas, sendo a maioria, esportes. O nome disto é Bukatsu. O aluno que sofreu maus-tratos por parte do professor, fazia parte do Bukatsu de corrida. Geralmente, os treinos são bem puxados e os alunos participam de vários torneios na cidade e no estado. Então, a maioria dos professores é extremamente severa, do tipo carrasco mesmo. Só que desta vez, o professor acabou exagerando na dose e além de chutar, socou o aluno. 

    Segundo o depoimento de outros alunos, esse professor já tinha batido na cara e chutado outros alunos, também.

  

     O pior de tudo, é que nesta escola, os professores são obrigados a assinar um termo de compromisso, dizendo que jamais usarão de violência contra os alunos.

     Para assistir a noticia na íntegra, clique aqui.

      http://www.fnn-news.com/news/headlines/articles/CONN00239441.html

      Este não é um caso isolado. Além deste, até uma menina fdoi esbofeteada pelo professor e hoje, não consegue mais ir à escola. 

      No meu dia-a-dia, eu também conheço mais alguma estórias do tipo, sendo a mais grave, de um menino que foi extremamente humilhado pelo professor durante a aula, exposto ao ridículo e, desde então, não consegue passar muito tempo na escola. Isso, sem contar, as tentativas de suicídio e o longo tratamento psiquiátrico com drogas pesadas. Infelizmente, este aluno, até hoje não consegue entrar na sala de aula.

     Há inúmeras campanhas para evitar que os alunos deixem de frequentar as escolas. Porém, não tem como frequentar um local onde você é tratado como um nada e não se sente bem de jeito nenhum. Portanto, creio que ao invés das campanhas para evitar a evasão escolar, o governo japonês deveria gastar mais tempo e dinheiro na reforma do currículo e formação dos professores. O sistema educacional no Japão não precisa de reforma. Precisa de revolução.

   Um abraço e até a próxima!!

       
        

2012年12月19日水曜日

A avaliação nas escolas japonesas

Peço desculpas aos leitores do nosso blog, pois ultimamente ando numa correria só e, apesar de ter vários posts na minha cabeça e no papel, ainda não consegui digitá-los.
 Estamos no final do 2º período nas escolas japonesas e, é uma correria só, com muitas reuniões com os pais, entrega de boletins, etc.Além disso, estou com uma viagem marcada para esta semana e ainda nem consegui fazer minha mala!
Mas, hoje, consegui um tempinho livre e vou falar um pouco sobre a avaliação nas escolas japonesas.
 Quem estudou no Brasil sempre passou pelo pesadelo da nota média, a qual em alguns colégio chega a ser até 8,0, bem como aquele momento tenso de ter que mostrar o boletim para os pais.
No Brasil, as avaliações são feitas através de notas, que são representadas por números. Na minha escola, eram escritos à mão e quando alguma nota estava abaixo da média, logo era escrita em vermelho pela professora. Lembro-me que teve uma época no 2º grau que eu estava de saco cheio da escola e comecei a tirar notas baixas em matemática, química e física e, no final do bimestre, minha mãe sempre me dizia:
 - Minha filha, será que você vai me trazer um boletim hemorrágico hoje?


  Para os pais brasileiros, a prova de que a criança está indo bem na escola é o boletim e as notas nele escritas. Mas, e quando não há boletim? Ou, e se no boletim não há notas?
 Bem, aqui no Japão, nas escolas primárias, eles usam este sistema, o qual, aliás é extremamente polêmico e problemático. Depois eu explico o porquê, mas primeiro, deixe-me explicar como é feita a avaliação nas escolas primárias aqui.
 Enquanto no Brasil a gente aprende que educação vem de casa, aqui no Japão educação se aprende na escola. Por isso você vê tantos japoneses se comportando da mesma forma. Não é que eles não tenham personalidade, mas, eles são adestrados assim na escola, desde bem pequenos. E, este comportamento é avaliado no dito boletim. O boletim em japonês é chamado de 通知表(tsuuchihyou), cuja tradução ao pé da letra é: Tabela de avisos. Vamos entender o porquê deste nome.
No boletim japonês, os professores escrevem várias coisas em relação ao aluno. Ao invés de ter o nome da matéria e do lado a nota dada pelo professor, se tem uma coluna relacionada a matérias e vários aspectos são avaliados. E, ao lado desses aspectos, uma avaliação que é feita pelos símbolos: ◎ ○ △.

A primeira, se chama nijyuumaru (círculo duplo) e é usada quando o aluno obteve uma ótima avaliação em determinado quesito. Seria uma versão do nosso Excelente ou Muito Bom. A segunda, se chamada maru (círculo) é quando o aluno esteve apenas bem, regular. Seria o nosso Bom, que algumas “tias” escreviam nos nossos boletins ou trabalhinhos quando éramos crianças. E, a última é o sankaku (triângulo), que seria algo como insuficiente ou fraco.
Então, como vocês podem ver, durante a escola primária, os boletins não vêm com uma nota específica.
Mas, eles não têm provas e testes? Os testes também não têm nota?
Bem, eles têm várias provas e testes. E, o professor escreve uma nota, sim. Porém, a soma destas notas não aparece no boletim em forma de número. Vamos dar um exemplo para vocês entenderem melhor:
Aluno A:
Matemática
1. É capaz de realizar operações matemáticas com rapidez. 
2. Demonstra interesse na aula ◎
3. É capaz de ler o enunciado e compreender o que é pedido nos problemas matemáticos.
Mais ou menos assim. Aliás, esta avaliação é bem parecida com a que os alunos estrangeiros recebem na escola. Eles até têm interesse nas aulas, conseguem fazer os cálculos de matemática, mas acabam tropeçando na parte que envolve leitura e intepretação de texto. Mas, esse problema não é exclusividade dos estrangeiros não, viu? Eu já trabalhei 2 meses auxiliando crianças japonesas com seus deveres de casa das férias (sim, eles têm dever de casa nas férias!) e, a maioria, apresentava enormes problemas nesta parte da interpretação dos problemas matemáticos.
 Mas, voltando ao assunto...as avaliações são feitas desta maneira. Isso, claro, é proposital e é para não causar a desmotivação nas crianças e nem acirrar a competição entre elas. Mais uma vez, entra a questão do Byoudou (igualdade), palavra que os japoneses amam na teoria e não sabem colocar na prática.
Sim, começamos a falar dos problemas que envolvem esta avaliação. Como ela é muito abstrata, o pai não consegue saber ao certo até onde seu filho entende a matéria. E, como no boletim a maioria das avaliações é em cima do comportamento e obediência das crianças, sempre parece que a criança está indo muito bem na escola.

Mas, aí é que começa o drama. Quando as crianças terminam o primário (shougakkou), elas são automaticamente admitidas no ginásio. Não há testes, provas...nada. E, no ginásio é que a coisa muda. Até então, após 6 anos consecutivos, a criança estava acostumada a fazer testes, mas sem muita preocupação com notas. Afinal, ela faziam tão bem a limpeza da escola e cumprimentava os professores em voz alta no corredor. Então, ela sempre tinha uma ótima avaliação em seu boletim. Seus pais, claro, viam muito futuro em seu filho.
Porém, esta criança entra no ginásio (Chuugakkou) e, de repente, ela começa a ser avaliada através de notas. Além disso, começa a ter seu nome escrito no mural da escola, onde é comparada o tempo inteiro com outros alunos e de repente, seu nome está em uma das posições mais baixas do ranking da escola.

Para completar, ela precisa de submeter a rígidas regras de comportamento e vestimenta. Enquanto os seus professores da escola primária eram até bonzinhos, estes de agora são a verdadeira imagem do carrasco, gritando e humilhando os alunos por onde quer que eles vão.
E o que acontece com esta criança? Isto aí, eu te conto no próximo post.Um abraço e até a próxima!!!

2012年12月12日水曜日

O kanji pode entrar em extinção!!!


Hoje pela manhã, entrei na internet para ver algumas notícias e encontro esta manchete:
“Aumenta o número de jovens chineses que estão se afastando do Kanji.”
Aliás, este problema também é grave no Japão.
Para quem não sabe, os kanjis são aqueles ideogramas belíssimos que encantam todos os ocidentais e que muita gente adora usar em camisetas, sabonetes, tatuagens, etc.

Apesar de lindos, os kanjis são uma dor de cabeça para quem resolve estudá-los, pois há milhares de kanjis e, no Japão, por exemplo, você só é considerado alfabetizado quando sabe cerca de 2000 kanjis!!!

E, vale lembrar que, no caso da língua japonesa, cada kanji tem, no mínimo, 3 leituras diferentes. Ou seja, só com muita dedicação e persistência que você consegue superar essa barreira. E, detalhe: Aqui no Japão, além do kanji, há mais 2 alfabetos oriundos do mesmo, cada um com sua função. Ou seja, não tem para onde escapar! – “Então porque não abolir logo esta porcaria??” – você deve estar se perguntando.
Já pensaram nisso muitas vezes aqui no Japão, mas a verdade é que sem o kanji a língua japonesa perde o sentido e o kanji é muito, muito prático na maioria das vezes.
Na China, onde só se usa kanji (em chinês se chama han zi), entao, dá para imaginar como eles são importantes!!! Ainda mais porque o kanji foi inventado lá!
 No dicionário mais famoso a China, há cerca de 47.000 kanjis!!!!No dia-a-dia, parece que eles usam cerca de 3000 letras, mas segundo uma pesquisa, 80% dos entrevistados disse esquecer estes kanjis com bastante frequência. O governo chinês também está preocupado com os estudantes que cada vez menos sabem ler e escrever os ideogramas. Um desses motivos, segundo o próprio governo chinês, é que na competição ferrenha dos vestibulares, os estudantes estão com a cabeça cheia de números e de inglês! O outro motivo, claro, é o fato de hoje, os jovens usarem vários equipamentos eletrônicos, como computadores e celulares e, cada vez menos escreverem os ideogramas. Para se ter uma idéia, parece que tem jovens que só sabem escrever os ideogramas do seu próprio nome!!!E quando precisam escrever algum texto, usam o computador ou o smart phone, i-phone, etc. E, com isso, cada vez menos os estudantes têm a oportunidade de escrever em ideogramas chineses.

Além disso, o uso na internet de expressões como 88 (bye-bye) e 3Q (Thank you) tem preocupado ainda mais o governo chinês de educação.
Aqui no Japão, eu posso dizer com toda a certeza de que o kanji é uma verdadeira dor de cabeça para os estudantes japoneses. O treino aqui é feito na base da decoreba. Eles escrevem a mesma letra umas trezentas vezes e depois fazem vários exercícios usando as possíveis combinações com estas letras. Mas, é no dia-a-dia que eles aprendem a ler os benditos ideogramas.
Mas, a verdade é que, hoje em dia a maioria dos jovens que termina o ensino fundamental no Japão não sabe ler bem e muito menos, escrever bem os ideogramas!
Sim, os kanjis estão estando em extinção. Hoje em dia você vê muitos estrangeiros que sabem ler mais kanji que os próprios japoneses!!Eu mesma, já cansei de ver. E, creio que no caso da língua chinesa, aconteça o mesmo.

2012年12月10日月曜日

Sempre as escolas...

  Antes de ir para mais um dia de trabalho nas escolas, vou compartilhar um vídeo bem recente, do início deste mês, que fala de mais uma estudante do ginásio que se matou após sofrer ijime (bullying). 
Segundo a notícia, o pai já tinha entrado em contato com a escola para reclamar do ijime, mas, como sempre, a escola não fez nada e o pior aconteceu. 
Até hoje eu não entendo porque eles nunca conseguem fazer nada. Será que não sabem mesmo como resolver ou será que não tem a mínima boa-vontade para isso?Que tipo de educador é este que se forma nas universidades de educação do Japão? Que vergonha...
  
http://www.youtube.com/watch?v=2217SgDUAYU